‘E aí, manezinhos?’ Paul McCartney ‘deu um banho’ em Floripa

Confira os detalhes do show na coluna Monte de Música, por Tiago Monte

‘E aí, manezinhos?’ Paul McCartney ‘deu um banho’ em Floripa

Foto: Tiago Monte

Eu assisti a um beatle ao vivo!!! Para quem não acompanha música e cultura pop muito de perto, talvez não queira dizer muita coisa. Entretanto, ver Paul McCartney ali, no palco, há alguns metros, é algo incrível, sim!

Antes de falar do show, comento sobre a experiência de chegada e saída do evento. Na ida, me atentei para os estacionamentos criados em “bolsões”. Uma iniciativa da prefeitura de Florianópolis que destinou espaços mais afastados do Estádio da Ressacada para que estacionássemos os carros. De lá, seguimos até o local nos ônibus da cidade (já inclusos no valor do estacionamento). Fiz a compra do estacionamento pela web e tudo certo.

Cheguei em Floripa por volta das 16 horas, estacionei o carro no local indicado e peguei o ônibus até o estádio. Tudo certo, funcional e tranquilo. Houve alguma demora nas proximidades da Ressacada, mas já esperado. Inclusive, enquanto estava no engarrafamento, o Paul passou pelo ônibus, dentro do carro preto com películas e cheio de batedores. Ele chegou ao estádio por volta das 17 horas. Eu também.

Assim que desci do ônibus me dirigi para o acesso às cadeiras cobertas (setor onde havia comprado) e aí iniciaram alguns transtornos: as filas já estavam longas e desorganizadas – ninguém sabia ao certo qual fila levava para qual setor. Tive que fazer o básico, porém, trabalhoso: ir até a ponta da fila e voltar até o final, para entender o que estava onde. Ok. Problema superado, entrei na fila correta.

A previsão de abertura dos portões era para 17h30, porém, houve atraso de uma hora. O acesso ao estádio iniciou por volta das 18h30. Entretanto, foi rápido e ágil. Nas cadeiras da Ressacada, um clima de festa e todo mundo sorridente aguardando pelo show.

Pontualidade britânica e início empolgante

Exatamente às 21 horas iniciou a exibição do vídeo de abertura nos telões do palco. Particularmente, achei um pouco extenso. Foi quase meia hora de vídeo, que viajou pelas fases da carreira do cantor. Da metade para o final se tornou cansativo e repetitivo. Por volta das 21h30, Paul e banda entraram no palco. A primeira música foi a clássica Can’t Buy Me Love. E a Ressacada “veio abaixo”. Todo mundo cantando junto e vibrando.

A desenvoltura do cantor no palco é um capítulo à parte. De onde aquele senhor de 82 anos tira tanta energia e disposição? Parecia o adolescente da beatlemania dos anos 60. Logo após Junior’s Farm, música dos Wings, que foi a segunda a ser apresentada, Paul iniciou o show de bom humor e simpatia. “E aí, manezinhos?”e “Boa noite, Floripa” foram as duas primeiras frases de Paul.

Em português bem compreensível, o cantor procurou se conectar ainda mais com o público. Ele intercalava falas em português e inglês. Um beatle precisaria disso? Com certeza, não. E ninguém criticaria. Isso mostra o quanto Paul é diferenciado.

Durante a terceira música, Letting Go, também dos Wings, os músicos dos “metais” da banda (saxofone e trompete) surgiram no meio do público. Nas cadeiras. Mais um show à parte. A partir daí, a viagem seguiu pela carreira de Paul nos Beatles, Wings e solo. Love Me Do e Dance Tonight encerraram a primeira parte “elétrica” do show.

Blackbird deu o pontapé em um momento mais intimista e com novos recursos de interação e tecnologia ativados no palco. A grande novidade no setlist, em relação aos shows de 2023, foi Now And Then – a última música inédita dos Beatles a ser lançada.

A partir daí, uma enxurrada de sucessos dos Beatles: Something – em uma versão com um Ukulele que Paul ganhou de George Harrison – Ob-La-Di, Ob-La-Da, Band on The Run (essa dos Wings), Get Back, Let It Be (momento de emoção que levou muitos, inclusive eu, às lágrimas), Live And Let Die, com uma pirotecnia e show de fogos de artifícios impressionantes. Confira no vídeo!

Hey Jude. com o público todo entoando o clássico “Naaaa na na nananaaaa nananaaaaaa Hey Juuude”. Em seguida, Paul e banda se despediram e o show parecia encerrado.

Mas, não. Todos voltaram ao palco. Paul empunhava uma imensa bandeira do Brasil, enquanto outros integrantes traziam bandeiras do Reino Unido e da Diversidade. Então, o show recomeçou com o dueto tecnológico e virtual de Paul McCartney e John Lennon em I’ve Got a Feeling. Imagens sincronizadas de John cantando, no telão, com Paul, no palco, deram a sensação de estarmos em um show dos Beatles.

Birthday, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band e a bombástica Helter Skelter deram mais uma sequência de sucessos dos Beatles. Então, Paul disse a todos, em bom português, que “era hora de vazar”, todos gritaram um sonoro “não”. Com muito bom humor, ele insistiu: “sim”. E o “sim” e “não” seguiram por alguns segundos, arrancando gargalhadas da plateia. Golden Slumbers, Carry That Weight e The End botaram fim às 3 horas de show.

Transtornos na saída do estádio

A chegada ao estádio foi, de certa forma, tranquila. Já a saída, não. 31 mil pessoas deixaram a Ressacada, ao mesmo tempo. Claro que não daria certo. Quem iria pegar os ônibus de volta para os “bolsões” de estacionamento não teve sinalização. Resultado: eu (e muitas outras pessoas), foram até o final da rua de acesso e depois tiveram que voltar no “contrafluxo” da multidão, pois a fila estava quase na porta de saída do estádio. Se a orientação e a sinalização tivessem sido feitas da forma adequada, nada disso teria acontecido. Havia muitos ônibus disponíveis, sim, mas a organização para acesso, praticamente inexistia. Apenas uma fila mal distribuída. Resultado: correria para subir nos ônibus e voltar.

Ao chegar no “bolsão”, apenas uma pequena saída para todos os carros. Resultado: falta de paciência de muitos, buzinaços e discussões. Ao sair do local, o trânsito fluiu. Porém, estava tudo armado para uma grande confusão. Ainda bem que não aconteceu. Pelo menos, enquanto estive ali.

Transtornos de saída à parte, o show foi espetacular. Paul e banda entregaram tudo e muito mais. Valeu cada minuto. Com 82 anos, como o cantor mesmo diz, “o pai tá on”.

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