Dj surdo embala 4º Festival de Libras no Parque Diamante

Evento foi realizado nesse sábado (9), em Capivari de Baixo

Dj surdo embala 4º Festival de Libras no Parque Diamante

Foto: Divulgação/Parque Diamante+ Energia

“A surdez não define limitações, define caminhos – e cada caminho pode levar a qualquer conquista.” A frase foi apresentada pelo Dj Afonso Loss, – um dos únicos Djs surdos de Santa Catarina – durante o 4º Festival de Libras realizado no Parque Diamante +Energia, em Capivari de Baixo, nesse sábado (9).

Natural de Porto Alegre, o Dj mora atualmente em Balneário Camboriú e também atua como professor da Língua Brasileira dos Sinais (Libras). Afonso compartilhou os desafios de trabalhar com a música e destacou a importância de ações como o Festival de Libras, para troca de experiências entre os profissionais da área.

“Foi emocionante estar aqui no Parque e encontrar amigos, a comunidade surda e até alguns alunos. Ações como essas são necessárias para continuarmos evoluindo. Os desafios são grandes. Nasci surdo e aos poucos aprendi sobre os sons e como desenvolver estratégias para trabalhar de Dj”, conta ao ter seus sinais interpretados durante a apresentação.

Focado na vibração e expressão visual da música, Afonso tem um projeto de criar espaços inclusivos em baladas, festivais e shows para unir surdos e ouvintes em uma experiência artística. Ao final do Festival, ele deu uma demonstração de suas técnicas com um show no palco cultural do Parque Diamante.

Troca de conhecimento e desafios da interpretação simultânea

O 4º Festival de Libras reuniu intérpretes de Libras da região sul do Estado, além da comunidade surda. A programação incluiu uma palestra com Alini Mariot, doutora em Diversidade Cultural e Inclusão Social, Doutoranda em Educação e Consultora em Acessibilidade e Comportamentos Inclusivos, ela abordou o tema “Capacitismo e a Jornada da Pessoa Surda: História, Identidade e Inclusão”.

Conforme a doutora, a acessibilidade é um direito constituído por lei e cada vez mais os profissionais intérpretes precisam buscar capacitação para atender a crescente demanda e promover a equidade social.

“Festivais como esses são necessários para conversarmos sobre quais espaços estamos construindo como profissionais da categoria. Está cada vez mais evidente que a interpretação simultânea da Libras não se trata de um favor, e sim um direito conquistado após muitos debates. Estamos deixando de fazer políticas paliativas para pensar como um todo, trazendo equidade social”, reforça.

O Festival também contou com o lançamento do curta-metragem “Um Olhar Aprendiz”, e na sequência, uma mesa redonda com intérpretes de Libras regionais que discutiram sobre os bastidores, estratégia interpretativa, arbitragem e anseios.

O Festival encerrou com piquenique na área externa no embalo do Dj Afonso Loss

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